(Hino da República de Veneza cantado em língua veneta)
Região do nordeste da Itália com 18.391 km² de superfície e 4,9 milhões de habitantes, sendo a quinta região mais povoada do país. A capital desta região é a famosa cidade lagunar de Veneza.
A região do Vêneto é habitada desde a pré-história. Há uma origem incerta sobre os povos chamados Venéticos, uma notável civilização pré-romana que, a partir do século I a.C., integrou-se a Roma através de um processo aparentemente diplomático, vindo a ser denominada Regio X Venetia et Histria. Tamanha era importância dos venéticos integrados a Roma que o seu maior historiador foi Tito Lívio, natural de Patavium (Pádua - Padova).
Com a queda do Império Romano no século V, a região foi invadida por diversos povos bárbaros (godos, hérulos, hunos e lombardos). Diante de tantos saques, destruições e guerras, alguns venetos reuníram-se para contruir um refúgio de palafitas na enorme laguna do mar Adriático, chamado de Laguna Veneta. Nascia assim a cidade de Veneza. A construção da cidade começou em 452, quando os primeiros moradores ocuparam as áreas de terra firme e, depois, começaram a avançar sobre as águas.
A fundação tradicional de Veneza é identificada com a dedicação da primeira igreja, a de San Giacomo, na ilhota de Rialto, em 25 de março de 421. No entanto, a data ainda é alvo de controvérsias entre historiadores.
Entre o século VI e século VIII, ocorreu uma divisão sempre mais nítida entre o interior do Vêneto, dominado pelos bárbaros lombardos, e a Veneza lagunar, dominada pelo Império Bizantino. A partir do século VIII, o território lagunar adquiriu uma crescente independência do Império Bizantino. E no século VIII originou-se a cidade de Veneza, sede do duque bizantino de Civitas Nova, em "Rivoalto" (atual Rialto).
Expandindo seu domínio aos territórios circundantes, em torno de 1400 constituiu-se um grande país Europeu,"a Sereníssima República de Veneza", compreendendo parte da atual região da Lombardia, da Ístria, da Dalmácia, e vários territórios no ultramar.
Depois da queda do Império Bizantino sob os turcos otomanos, mas sobretudo devido à descoberta da América, começou para Veneza um longo período de decadência. Ao fim do século XVIII, a Sereníssima República foi invadida por Napoleão Bonaparte e cedida à Áustria. A república foi dividida em muitas partes pela Áustria, partes estas que se tornaram províncias do Império Austríaco.
A parte correspondente ao atual Vêneto permanece assim por cerca de 60 anos, como parte do Reino Lombardo-Vêneto, sob o domínio do Império Austríaco.
Em seguida à guerra Austro-Prussiana de 1866, a Áustria teve que ceder o Vêneto a Napoleão III, que o cedeu ao Reino da Itália após um plebiscito fraudulento e manipulado politicamente.
Assim, a partir de 1867 o Vêneto perde a sua autonomia e liberdade e passa a fazer parte do novíssimo Reino da Itália, sob o rei Vittorio Emanuele di Savoia, a casa real do Piemonte.
O domínio italiano não foi nada bom para o Vêneto: cobrava muito mais impostos do que a Áustria, os serviços públicos eram inferiores, e a burocracia italiana bem menos eficiente do que a burocracia austríaca. Isso desencadeia uma gravíssima crise econômica que obriga muitos vênetos a emigrarem em massa para a Argentina, o Brasil e o Uruguai no fim do século XVIII. Essas grandes ondas migratórias de vênetos duraria até a I Guerra Mundial.
Houve também fluxos migratórios vênetos depois da I e II Guerra Mundiais para diversos lugares do mundo. Calcula-se que existam cerca de 9 milhões de oriundos venetos espalhados pelo mundo.
Ainda hoje há movimentos separatistas que clamam pela independência do Vêneto, sobretudo após a crise econômica europeia de 2008.
E foi neste contexto de crise econômica a partir de 1866 que as duas famílias Zavarise, agora italianas, partem do pequeno município de Cornuda, Província de Treviso, rumo ao estado do Espírito Santo, no Brasil. A primeira família (de Agostino Zavarise, Irene Moretto e 3 filhos) chegando em 1880, e a segunda (de Giuseppe Zavarise, Catarina Deon e 5 filhos), em 1892.
Nota-se que tanto Agostino quanto Giuseppe Zavarise e suas respectivas esposas nasceram todos austríacos e se tornaram italianos a partir de Outubro de 1866, sendo seus filhos já cidadãos ditos italianos.