Capítulo 24 - A linhagem familiar do autor


O filho mais velho de Luigi Erminio Zavarise e Maria Dassie foi o meu bisavô Agostino Antonio Zavarise, que se casou em Jaciguá com minha bisavó Antonina Fuser, em 1922.

Dos 8 filhos que tiveram o casal, um deles era o meu avô materno, Tranquilo Zavarise.
(Tranquilo Zavarise, neto de Luigi Erminio e Maria Dassie)
Desde que nasceu em 01 de junho de 1929, no distrito de São José de Fruteiras, vovô Tranquilo já trazia consigo uma inquietude que contradizia o seu nome de batismo, relativamente comum no nordeste da Itália.

Apesar do pouco estudo e da origem humilde, era bilíngue em português e na língua vêneta. Tocava acordeon, era um habilidoso artesão e particularmente interessado pela criação e funcionamento de máquinas.

Com vocação nata para o trabalho, juntamente com seus pais e os sete irmãos, deixou as lavouras de café do sul do estado em 1950, poucos dias depois de seu casamento com minha avó Deonilda Vannini migrando para o município de Nova Venécia, incentivados pelas políticas de abertura e povoamento do norte do estado.

Casa construída por meu bisavô Agostino Antônio e filhos nas terras de Nova Venécia-ES, onde nasceram minha mãe e tios
Em Nova Venécia nasceram-lhes sete filhos: Wantuil, Inêz, Helena, Zelinda, Odete, Neuza e Amarildo.

Desiludido com a baixa fertilidade das terras venecianas e o pouco lucro do café ali cultivado, ouve falar animadoramente da pujança econômica do recém emancipado município de Itamaraju, no extremo sul da Bahia, zona cacaueira.

Convencido por seu tio Antônio e seus primos Geraldo e José, que usavam um caminhão Reo para transportes entre Nanuque-MG e o sul da Bahia, de que aquela jovem cidade seria o lugar ideal para abertura de uma serraria por conta da abundância de madeiras de lei, vende seu pequeno lote de terra em Nova Venécia para seus irmãos e muda-se em 1963 com toda a família, trazendo consigo seu irmão Agostino e família.

Em Itamaraju, meu avô protagonizou algumas das primeiras inovações tecnológicas vistas ali: maquinário de beneficiamento de arroz, a primeira serraria, a primeira casa com iluminação elétrica gerada pelo motor de sua serraria além de um moinho de milho, pelo qual tinha muito apreço pois acreditava que ficaria rico vendendo fubá para os baianos, que ele imaginava também comerem polenta três vezes ao dia.

E assim foram calorosamente recebidos pelos baianos. Até hoje se ouve comentários dos mais antigos acerca do barulho que se ouvia das máquinas da serraria, da sua forte convicção católica e assiduidade às missas, de seu sotaque italianos, da beleza de seus filhos e filhas, dos seus hábitos culinários que não incluíam nem farinha de mandioca nem pimenta, o que atraía as donas de casa da cidade que queriam ver como se cozinhava a tal polenta.

Em Itamaraju, meu avô teve mais cinco filhos: Pedrinho, Vanildo, Jorginho e Edielmo.
Filhos de Tranquilo Zavarise e Deonilda Vannini em Itamaraju-BA
Em 1978, os irmãos Tranquilo e Agostino e suas respectivas famílias deixam a Bahia para novamente desbravarem outras terras, e se mudam para o sul do Maranhão.

Em Imperatriz-MA, meu avô Tranquilo vem a falecer em 2007, aos 78 anos deixando muita saudade no coração de todos por suas engraçadíssimas histórias, suas aventuras na vida e os hábitos peculiares de sua personalidade marcante.

Minha avó Deonilda Vannini faleceu em maio de 2012, aos 82 anos, em Itinga-MA. 

Meu tio-avô Agostino voltou a morar em Nova Venécia em 2010, viúvo e casado pela segunda vez.

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