Capítulo 12 - A grande imigração Veneta

(A Região do Vêneto e suas 7 Províncias)
O Veneto constituiu, por um longo período, a região que mais perdeu migrantes em direção ao Brasil, principalmente no período entre 1887 e 1895. Neste interregno de apenas oito anos, desembarcaram nos portos brasileiros 246.168 pessoas do Veneto e do Friuli, perfazendo 50% de todos os italianos que lá chegaram.

As famílias vênetas eram constituídas, em média, de 12 a 15 pessoas, que viviam em torno de um pequeno núcleo do qual eram proprietários ou trabalhavam na forma de meeiros em terras de terceiros. Essencialmente agrícola, o Veneto era uma das regiões mais pobres e atrasadas de toda a Itália. Até 1885, os vênetos que emigraram para o Brasil não eram camponeses destituídos de qualquer capital, mas, sobretudo viviam como meeiros, pequenos proprietários e arrendatários. Só emigravam quando as suas propriedades já não ofereciam a quantidade de gêneros suficientes à sua subsistência.

Ao retratar o Veneto oitocentista, região italiana de onde veio 30% dos imigrantes italianos no Brasil, o historiador Emilio Franzina escreveu que "podia-se morrer de inanição e que a única alimentação da classe rural não passava de polenta, uma vez que a carne de vaca era um mito e o pão de farinha de trigo inacessível pelo seu alto preço". 
Polenta sobre o "fondal" 
Os vênetos rumaram muito para os núcleos coloniais do Sul do Brasil quanto para as fazendas de café de São Paulo. A cidade não era o seu objetivo e, quando nela terminavam, era por total falta de opção, quando a proletarização se mostrava a única alternativa. 

Imigravam preferencialmente com a família, trazendo esposa e filhos, o que demonstrava a sua intenção, a priori, de se fixar em definitivo no Brasil.

Bandeira do atual Veneto e as suas 7 Províncias


(Fonte: wikipedia)